Oi pessoal!
Os professores da minha equipe trabalham comigo e em outros estúdios também.
Eu estimulo muito essa troca de experiências que fazemos trabalhando com pessoas diferentes, fazendo aula de assuntos variados em locais diversos.
Tudo acrescenta na nossa prática. E o conhecimento sempre deve ser compartilhado para se manter vivo.
Outro dia uma professora comentava que, no novo estúdio em que está dando aulas, por um lado encontrava-se em um ambiente muito agradável e, por outro, vários alunos estavam bastante desorganizados.
Eu disse” “Que sorte!! Você sabe extamente o que fazer com eles!”
Sua questão, no entanto, era de como convencê-los que é necessário um tempo de exercícios feitos de maneira lenta e extremamente concentrada para que o processo de reorganização possa ser iniciado antes que entremos na fase de repertório, do Pilates como malhação propriamente dita!
Como no Pilates somos especialistas (ou pelo menos nos esforçamos bastante) em imagens, sugeri a seguinte metáfora (que na realidade é quase fato!).
Os gestos motores que utilizamos no nosso cotidiano, através do nosso “ser corpo que se move”, vão sendo construídos ao longo de nossa vida. São frutos de nossa herança genética, associada à nossa cultura, nossa história de movimentos (esportes, danças, etc) e nossa história emocional (medos, sucessos, estímulos, crenças, inseguranças..).
Nosso cérebro tem, assim, esse complexo programa responsável pela execução de nossos gestos, exatamente como um programa de computador.
Quando optamos por realizar uma atividade como Pilates, devemos considerar que estamos entrando num ambiente de reorganização de movimentos. Ou seja: queremos instalar um novo programa de movimento, modificar o atual.
Quando executamos um gesto simples como erguer um braço para pegar um pote de café no armário, podemos fazê-lo mantendo nossos ombros relaxados.
Ou não! Podemos subir braço, ombro, tensionar o pescoço, trapézio, como se fosem um grande bloco.
Se optamos por modificar essa ação, ou seja, queremos que levantar o braço seja algo realizado com menor gasto de energia, menos tensão, mais relaxamento, mais lubrificação de articulações, é preciso que, em determinado momento, esse gesto seja estudado.
Um ótimo cenário para estudar esse gesto é a aula de Pilates. O professor será uma peça fundamental, um guia nessa viagem, nessa investigação pessoal.
Ele escolherá os exercícios adequados, os toques que facilitem a compreensão e descoberta dos movimentos articulares, dará as dicas verbais e imagens que facilitem a tomada de consciência desse movimento permitindo a organização do novo programa.
Pouco a pouco um novo padrão será encontrado e poderá tomar o lugar do gesto que era executado até então.
Quando um gesto sugerido neste momento de investigação é feito de maneira rápida, ele tende fortemente a cair num movimento mecânico, como uma bolinha que sempre faz o mesmo caminho e já cavou no chão um percurso.
Um novo programa está sendo instalado.
A mente envia sinais elétricos através dos nervos solicitando novos caminhos de contração, relaxamento, posicionamento de articulações.
Todo cuidado é necessário.
Traçar uma nova trilha ali, próxima daquela, exige concentração, cautela e, principalmente, calma, para que a bolinha não caia no conhecido.
Isso é controlar a situação, respirando, instalando pouco a pouco o novo programa.
Quando repetimos algumas vezes, em situações diversas, aqueles novos gestos, compreendemos e finalmente automatizamos, podemos considerar que o download foi feito com sucesso.
Daí quando formos pegar nosso pote de café, o gesto será outro, mas não precisaremos pensar mais nele, pois já estará sendo feito de maneira mais eficiente e relaxada.
É isso aí, meditem e me contem. Beijo, Silvia.
Adorei essa postagem, aliás, adoro todas. Realmente é difícil fazer com que o aluno se concentre, e esse exemplo vai ajudar muito. Beijos. Analu
Adorei essa postagem, aliás, adoro todas
Ana
Oi Aninha.. eles precisam de concentração e nós de paciência e técnica para que fique claro para eles a importância de se concentrarem. Beijos, sudades, silvia.
Organizar os movimentos… eis a questão! Convencê-los disso nossa missão!
Organizar os movimentos… eis a questão! Convencê-los disso nossa missão!