Auto-toque: dicas tácteis para observar, manter e estimular.

Recomendo que esta postagem seja lida depois da anterior, justo abaixo desta, visto que essa é, praticamente, uma continuação daquela.

Além da utilização do auto-toque para ganho de afrouxamento/relaxamento muscular, ele também pode ser um poderoso aliado da reorganização postural sendo utilizado de maneiras diversas.

Por exemplo, tornar mais clara a posição que gostaríamos de manter os ossos em situações determinadas, é um caminho para o estímular a musculatura adequada a fazê-lo. E a indicação da estabilidade do posicionamento desses ossos, pode ser dada, com precisão pelos toques tácteis.

Vejamos nas fotos abaixo, dois exemplos da mesma ativação.
No primeiro vemos um exercício de dissociação de pernas no rolo, com necessidade da estabilização da coluna neutra através da ativação do centro. No caso, quem coloca as mãos é o professor – polegares nas costelas e demais dedos sobre as cristas ilíacas.

Em seguida, num Dead Bug, vemos a mesma situação – dissociação de MMII com estabilização de centro – com a utilização das mãos do próprio executante, em posição semelhante: polegares nas costelas, e demais dedos sobre as cristas ilíacas.
Inspiramos e, enquanto expiramos, elevando o assoalho, ativando o transverso, deslizamos a perna pelo ar desafiando esta estabilidade.
A posição das mãos nos contará se costelas e bacia mantém uma relação estável ou, até onde a perna pode ir, mantendo essa relação estável. Quando ocorrer o afastamento entre esses ossos, certamente é porque a coluna está hiperextendendo, sendo sobrecarregada.
Enquanto essa relação estiver preservada, estaremos numa situação de estabilidade da coluna vertebral.
As mãos do professor podem ser uma dica interessante, pois dão o toque aferente estimulando a organização.
No entanto a colocação das próprias mãos do aluno em seu corpo,como desenvolvemos na postagem anterior, provê uma gama muito maior de sensações e possibilidades de ajustes e limites. Lembrar que a sensação dos movimentos dos ossos que estamos “observando” com o toque, vai para as mãos e vice versa, temos uma via de duas mãos multiplicando o leque de sensações.

Outro bom exemplo é a utilização das mãos do aluno no decúbito lateral com dissociação de MMII, o side lying.
Nesse caso o desafio não está na alavanca criada pelos MMII em seu afastamento do centro. Em geral, no momento da elevação da perna em abdução associada a flexão, devido ao encurtamento e falta de mobilidade, capacidade de relaxamento desta articulação, a dissociação coxo femoral é ineficaz e acaba arrastando a coluna vertebral, desorganizando-a e sobrecarregando-a.
As mãos, novamente, entram como um sinalizador do posicionamento e estabilização óssea e, neste caso, também como um toque ativo no sentido de “empurrar” a bacia para longe criando espaço entre costelas e bacia.

Nesse sentido do toque ativo, e não apenas sinalizador, gostaria de dar duas dicas de possível estímulo de auto toque. Nas subida da ponte (shoulder bridge), as mãos podem estimular a abertura dos quadris na subida (região dos flexores) novamente com a idéia de preencher esse volume dos flexores e, na descida, estimulado o abaixamento das costelas, estimulando com as mãos o amaciamento do esterno.

Na flexão torácica as mãos podem ser de grande auxílio, desde que bem posicionadas e utilizadas. Uma das mãos pode tracionar e dar suporte para a nuca, enquanto a outra amacia o esterno. Nesse caso preferi lançar mão de uma animação para ficar mais clara a visualização.

De qualquer forma lembrem-se: sempre experimentem, pratiquem e estejam claros do que querem do aluno.

Lembrem-se também que existe uma outra opção de toque que é utilzar um objeto transicional. São exemplos o paninho, a theraband, etc.
Nesse caso utilizamos um objeto entre o professor e o aluno que também dará estímulos e direcionamentos à ação.
Revejam:
http://pilatespaco.blogspot.com/2009/10/ialongamento-eficaz-de-isquiotibiais.html
http://pilatespaco.blogspot.com/2007/11/paninhos.html
http://pilatespaco.blogspot.com/2008/02/oi-pessoal-estes-dias-tenho-sugerido.html

É isso aí, pratiquem e vamos compartilhar nossa experiências! Beijo, Silvia.

7 comentários em “Auto-toque: dicas tácteis para observar, manter e estimular.”

  1. Olá Silvia, estou montando um estúdio agora, estou na área de Pilates desde agosto de 2009. Adorei seu blog, tem muitas informaçõs importantes e interessantes. Desde q comecei com o Pilates, me encontrei profissionalmente, sou fisioterapeuta, e sempre trabalhei com RPG, mais foi no Pilates q me achei! Parabéns pelo blog! abçs

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