O Saw ou Serrote é um exercício clássico do repertório de Pilates muito utilizado pelos instrutores nos estúdios.
É um exercício bastante funcional por trabalhar a rotação do tronco, movimento que executamos em praticamente todas as nossas funções diárias – cozinhar, escrever, olhar, negar, pegar. São poucos os movimentos que fazemos perfeitamente simétricos no cotidiano.
O Serrote, no entanto, agrega à rotação outros planos de movimento da coluna, além de MMII e MMSS. Desta forma, apesar de parecer um exercício simples ele é bastante complexo, exigindo de quem executa um alongamento razoável de isquiotoboais e musculatura dorsal, um ótimo alongamento axial e um bom controle corporal.
Se esses pré requisitos forem atendidos o Serrote pode ser muito proveitoso para o corpo, trazendo inúmeros benefícios.
Mas, e se a pessoa não tiver todas essas características ele não pode ser utilizado justamente para que o aluno desenvolva essas qualidades?
Claro! Mas, nesse caso, vamos precisar de um bom instrutor que faça as adaptações necessárias para que os benefícios do Serrote, não sejam antecipados pelos possíveis prejuízos que a má execução pode promover.
O processo de aprendizagem também precisa ser benéfico, trazendo o mesmo proveito que o exercício original desenvolve em um aluno avançado em termos de alongamento e controle corporal.
A adaptação deve nos mostrar uma execução agradável aos olhos, com biomecânica correta e não uma caricatura do exercício original.
Na animação deste post vemos uma adaptação para uma aluna gestante. O fato de propor um local para sentar-se mais alto facilita o relaxamento dos flexores do quadril e ísquio tibiais deixando a coluna mais livre para flexionar após a rotação.
É muito importante lembrar que combinar planos de movimento da coluna gera diferentes ações de força nos discos intervertebrais. Desta forma o alongamento axial é peça chave e deve ser extremamente estimulado pelo professor. A intenção é fazer uma alongamento suave, proveitoso e gostoso de toda a cadeia cruzada posterior, alongando a musculatura lombar da gestante que tende ser muito solicitada no cotidiano, a intercostal posterior facilitando a respiração costal – já que a diafragmática encontra-se mais limitada pelo volume abdominal aumentado pelo útero crescido impedindo a ADM usual do diafragma.
Não existe a necessidade de exagerar na rotação ou na flexão. Vamos mobilizar com gentileza, sempre respeitando os limites de alongamento e, conseqüentemente, a integridade da coluna vertebral.