Hipercifose: por onde e como começar as extensões?

Olá pessoal!

Já conversamos aqui no blog sobre as extensões algumas vezes.
Já dissemos que a lombar e a cervical são lordoses e que desta forma elas tem um grande tendência a aumentar suas curvas com facilidade e, desta forma é preciso estabilizá-las para promover alongamento axial.
Dissemos também que a região da coluna, em geral, mais importante de ser mobilizada em extensão é a torácica.http://pilatespaco.blogspot.com/2009/03/garantindo-o-sucesso-das-extensoes-de.html
Conversamos que uma maneira bacana e fácil de garantir o sucesso das extensões torácicas é “neutralizando” a lombar, ou seja colocando-a numa situação de flexão ou que dificulte a entrada em extensão.
Exemplos disso são ficar de joelhos, colocar uma perna a frente, sair de uma negativa com a torácica, etc.
Muito bem, a idéia que gostaria de compartilhar com vocês hoje é a seguinte: quando temos alguém numa situação de hipercifose, o simples fato de tentar trazê-la para a neutra significa uma ação de extensão.

A cabeça projetada à frente, o aumento na curva cifótica já colocam a pessoa numa situação de negativa, à frente do eixo neutro. Se pensarmos em reorganizá-la fazendo extensões clássicas, provavelmente vamos gerar uma situação de extremo desconforto.

Imagine colocar uma pessoa com hipercifose em decúbito ventral para uma swan. O peito dela nem sequer chega no solo, seu esterno está “afundado” entre as costelas e suas clavículas entre os ombros. Temos uma concha para mobilizar.

Minha sugestão está muito associada a idéia da ampliação do olhar sobre a utilização dos exercícios do repertório.
Da mesma forma que o exercício mais difícil da aula para um aluno, pode ser o exercício de aquecimento para outro, o objetivo de um mesmo exercício, sua ênfase , pode mudar quando aplicado a diferentes alunos.

Em relação às extensões para pessoas com hipercifose vale lembrar que a respiração tridimensional é fundamental e deve ser explorada para mobilizar essa caixa torácica rígida; as extensões passivas também são muito bem vindas e as ativas também.
É é nesse ponto – as ativas – que entra a mudança de olhar do professor sob os exercícios.

Vamos abusar das cadeias fechadas para permitir que esse peito, essa clavículas, esse esterno tenham como vir para frente. Imagine dois braços firmes como pontos de apoio, os úmeros organizando e estabilizando as escápulas, geralmente abduzidas, permitindo que as inserções das costelas no esterno, as articulações esternos costais, cedam e permitam que esse peito ganhe espaço.

Exercícios como o Scooter ou Standing Hip Strech além de manterem seus objetivos de alongamento elastico de flexores do quadril, isquiotibiais, organização do movimento em pé, etc entram com um atento olhar do professor à sua possibilidade de ser um exercício de extensão torácica.

O professor deverá, então, incentivar essa ação / sensação :

  • Mantenha os braços firmes, peito à frente dos ombros, eleve o olhar, solte a garganta
  • Sinta seu peito abrir, as clavículas crescerem para fora, o esterno ganhar volume
  • Empurre seu coração e seus pulmões para as costelas da frente
  • Deixe sua coluna entrar para dentro do corpo empurrando seu peito para fora

Os exercícos de braços em cadeia aberta ou pseudo também são muito importantes, mas exigem mais consciência corporal para serem executados e, consequentemente , mais atenção do professor nas correções.
http://pilatespaco.blogspot.com/2009/05/as-extensoes-de-ombros-e-organizacao-da.html

É isso aí! Experimentem e vamos compartilhar os resultados, beijo!

4 comentários em “Hipercifose: por onde e como começar as extensões?”

  1. A Silvia me surpreende cada vez mais…..vejo instrutores com dúvidas ao realizar extensões, eu mesma tinha minhas dúvidas. Você como sempre quebrando os paradigmas!
    Parabéns e muito obrigada!

  2. Parabéns por mais este presente! Belo texto, direto , objetivo e tão esclarecedor através da simplicidade!
    A extensão da negativa pra neutra pode ser tão desafiadora quanto a mais ampla swan dos indivíduos com mobilidade dentro do “dito” normal. Mas o grande aprendizado é o caminho, quebrar o padrão cifótico, mesmo que de imediato não se consiga sustentar.
    Bjs e obrigada por compartilhar

    e..parabéns pelo belíssimo trabalho realizado com a nossa chinesinha da foto, posso dizer pois lembro do quão assustadora era sua suposta limitação há 3 anos atrás. Vcs duas me mostraram que limites somos nós que colocamos.. tudo é possível e permitido no pilates, com bom senso, óbvio! Sopu fã dessa doninha das meias mais brancas do nosso estúdio!

  3. Oi tia, obrigada! Pode ter certeza que seu apoio e amor contribui muito para a riqueza deste trabalho como um todo! É um prazer trabalhar ao seu lado. Beijos!!

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