Olá pessoal!
Gostaria de convidá-los a pensar um pouco sobre a importância de ensinar / adquirir um novo vocabulário quando falamos em Pilates e no ganho de consciência corporal que ele promove.
Quando temos um evento que vai acontecer numa localidade que desconhecemos, vamos ao mapa para saber aonde vamos pisar. Descobrimos que o endereço está num continente, num país, numa cidade, num bairro, numa rua, num determinado número. Caso participemos, teremos a oportunidade de conhecer o aeroporto, passear pelas ruas e, com sorte e tempo, conhecer a padaria, a farmácia, etc.
Uma série de novas palavras entram em nossa mente quando aprendemos qualquer assunto novo – jardinagem, informática, windsurf – novas palavras, novos saberes.
Com a aula de Pilates não é diferente: somos instrutores, instruímos, guiamos um processo de conscientização corporal. É claro que, para que isso aconteça, nós precisaremos lançar mão de uma série de referências que o aluno precisará identificar.
Quem já não perguntou a um bebê: aonde está seu narizinho, e a boquinha, e a orelhinha…. Este é o início do processo de conscientização corporal. Quando um aluno opta por participar de aulas de Pilates ele dará continuidade a este processo.
É fundamental que possamos falar “sente sobre seus ísquios”, “mantenha uma relação entre seu esterno (com S) e seu púbis”, “apoie seu metatarso na barra de pés” e que sejamos compreendidos.
Obviamente, não é algo que se aprenda da noite para o dia, mas paulatinamente, aula após aula, assim como o desenvolver da consciência corporal. Nomes de músculos, ossos e articulações que farão parte importante do processo de conhecimento e controle sobre o próprio corpo.
No meu dia dia, particularmente, as referências mais importantes são as dos ossos e articulações. Tenho notado que chamar a atenção do aluno para o local aonde ocorre o movimento, suas articulações, promove uma organização rápida e eficiente do gesto.
Afinal, o que é estabilizar senão manter uma peça óssea parada enquanto a outra se move? Imagine a escápula e o úmero. Só vamos conseguir movimento se as partes que se articulam tomarem direções de movimento opostas. Se numa extensão de ombro , em que o úmero gira para frente, a escápula acompanhar, teremos o famoso ombro “enrolando para frente”. É preciso que a escápula deslize para baixo nas costelas, criando um movimento de direção oposta.
Só assim haverá lubrificação.
Se eu explico essa dinâmica para o aluno, uma, duas vezes, ficará muito mais fácil que ele compreenda e desenvolva um movimento limpo, livre de compensações.
Fazer um gesto e pedir que o aluno reproduza, é uma estratégia didática possível, mas não é a única. Se eu pedir ao aluno: “Ajoelhe sobre o trapézio, mande o topo de sua cabeça para o teto como se ela fosse um balão, criando espaço no seu pescoço. Coloque suas mãos sobre a barra torre, mantenha seus braços estendidos e longos, suas escápulas acopladas no gradil costal e muito espaço nas suas clavículas”, isso exigirá dele muito mais pensamentos relativos ao seu corpo do que uma reprodução de movimento.
Obviamente também dará muito mais trabalho ao professor. É muito mais fácil ( e gostoso) ir até a máquina, fazer o movimento e pedir que o aluno imite.
Mas é fundamental lembrarmos que a nossa função é guiar o outro em sua descoberta. Quanto mais o aluno descobre partes de seu corpo através de sensações, movimentos, descargas de peso, mais familiarizado, consciente e seguros serão seus gestos.
Dar nomes às diversas partes do corpo, é como fincar bandeiras e tomar posse das diversas regiôes: “Eu te batizo: acrômio!”
O que vocês pensam sobre isso? Abraço!
Fundamental! E o que falta nas aulas de montão, ou por preguiça ou por “distração”. Mas digamos que a Silvia dá jeito nisso… nos ensina! Essa relação faz muita diferença na aula e na vida diaria do aluno, na melhora da sua postura e etc!
Beijo!
Oi Silvia! Como sempre seus textos são ótimos. O que vejo muitas vezes é que quando o aluno está começando a praticar ele estranha um pouco quando oriento citando os nomes dos ossos, articulações, músculos… Mas como vc disse, com o tempo eles vão acostumando sim e passa a ser natural, para nós e para eles! Um abraço!
Oi Silvia,
Não consigo pensar em dar aula se não for assim. Como a maioria das minhas aulas é com grupos grandes heterogêneos e com rotatividade, falo “anatomicamente” e na sequência uso um termo coloquial ou aponto para a região. Isso facilita muito a minha vida depois que o aluno aprende, torna a aula mais dinâmica e permite muitas vezes a fluência entre os exercícios, já que não preciso parar para demonstrar.
Certa vez uma professora comentou comigo que havia dado aula para um aluno meu (em uma academia grande). Eu perguntei como ela sabia que era meu aluno. Ela disse que pediu para que prendessem a bola entre os pés e ele perguntou se era entre os maléolos. Aí a professora falou: você tem aulas com a Denise, né?!
Histórias como essa me deixam contente, o que ensino vai além do movimento.
Um abraço
Denise Carceroni
Oi Rê! Sumida hein… Cintia perguntou de você este finde, Fizemos uma caminhada de confraternização super gostosa. E é isso mesmo: saber o nome das partes do corpo ajuda sim a nos colocarmos com uma oostura mais organizada no cotidiano. Beijão, saudades! Ah.. vou no Rio em Dezembro. Quem sabe nos encontramos…
Oi Ágape (rsrsr)! Eu acredito que devemos sim insistir, mesmo quando os alunos reclama um pouquinho. Pouco a pouco as palavras antes “ëstranhas” vão ficando mais e mais palatáveis. Abraço!
OI Denise! Então estams falando a mesma lingua! Minha mãe disse hoje na aula – meus ísquios são sarados! Vamos acreditar que osteoporose ali nem pensar!! Beijão silvia,
Oi Silvia
Cada um de nós se especializa em uma área em busca do sustento financeiro.
Eu sou um cara de Informática e para mim os termos da minha área são triviais e comuns.
Mas me interesso bastante por atividade física e fotografia.
Uma coisa é certa, se uma pessoa não se esforçar em quebrar paradigmas e não se envolver no que esta aprendendo não há como ganhar conhecimento.
É algo relativo a cabeça, como você mesma disse: “…guiar o outro em sua descoberta…”, perfeito, é isso mesmo.
Eu mesmo já joguei dinheiro fora em cursos que não me empenhei mas tenho plena convicção que a culpa foi minha, não houve esforço da minha parte em aceitar os novos termos e praticá-los no meu dia a dia.
Valeu!
Olá mks.. não entendi bem seu blog. É da Mariana Dib, é sobre divulgação de atividade física de maneira geral? Me conta!
Que bom que você gostou do meu post. Também gostei muito de suas colocações. Acho que quebrar paradigmas é meu forte!rsrrs Um beijo e obrigada pela companhia.
Silvia, perfeita tuas colocações em “Do narizinho ao acrômio: nosso corpo tem nomes!”.
Sempre comento com meus alunos que não é obrigação deles saberem osteologia e miologia, mas devem compreender a necessidade de entenderem o corpo deles e isso inclui sim, saber onde ficam algumas estruturas anatômicas. Isso faz com que o Pilates comece a fazer parte da vida deles, e não somente durante a aula!
Parabéns pelos artigos!!!
Oi Silvia!
Gostei demais do post, ficou ótimo, um assunto bem bacana e importante. Você escreveu de uma forma bem divertida. Acho que é o que acontece muitas vezes com nossos alunos: eles se divertem em aprender sobre as estruturas do corpo.
Uma vez uma aluna comentou comigo que nem sabia que as escapulas se moviam…..rsrsr….e nem que tinha escapulas, rsrsr, ossos que ela a vida inteira chamou de “asas”.
Além de ajudar na evolução da consciencia corporal e da forma como o aluno entende melhor o movimento eu percebo ele se sente mais “importante” tendo acesso a esse tipo de conhecimento, pois normalmente eles acham que não faz parte de seu universo. Que são termos técnicos e só o “técnico” usa, acredito que se soubermos transmitir essas informações de forma didática, o termo “técnico” passa a fazer parte do vocabulario dos alunos no dia a dia ajudando-o muito.
Tenho muitas experiencias positivas nesse sentido, vejo que grande parte (se não todos) alunos adoram isso, rsrsrs….
Eu brinco nas primeiras aulas dizendo que vou apresentar um “pessoal” novo: “te apresento os isquios, o pubis e as cristas íliacas, são todos bacanas e vamos trabalhar muito juntos, rsrsrs”…
Como você disse no começo é dificil, mas reforçando um pouquinho a cada aula todos aprendem.
Super beijo e parabéns pelo post!
Olá Cintia e Gabi! Obrigada pelos comentários. Fico super feliz de saber que vocês apoiam o movimento de incluir no processo de conscientização corporal o aprendizado dos nomes das partes do corpo. Eu também vejo como peça fundamental. Trazer humor, como faz Cintia, para esse momento sempre facilita muito também.
Beijos e obrigada pela párticipação!
Olá Silvia, adorei…muito bom o post, e concordo com tudo que disse. Alias com todos disseram, dá mais trabalho no começo, mas depois fica mais dinâmica. Eu fico mais concentrada e conectada nas aulas. Flui melhor! É claro que com a sua forma de explicar tudo fica mais claro, mas um dia chego lá.rsrsrsrsrsrs…
Beijos!!!
Oi Fernandinha, acho que a gente nunca chega lá, sempre dá para melhorar mais e mais… beijos, prazer te ter por aqui. Nos falamos antes do curso n[e beijáo, Sil.
Concordo com o que você escreveu Silvia, os nossos alunos aqui aprendem os termos e repetem, as vezes rindo, “ai perdi meu ombro e agora meldels?”… Eu uso muito uma palavra “organiza”, e quando eu digo organiza o aluno “cresce”. E me apaixonei por outra palavra que vi num video seu, “amacia o peito”.
Beijos
PS: Gostaria de saber quando é que você vem ministrar um curso em Curitiba? Existe essa possibilidade
Oi Fernanda! Amaciar geralmente vai melhor do que “fecha as costelas” que acaba soando muito rígido e bloqueador , se pensarmos que pulmões e corações estão dentro desta grande caixa móvel de ossos.
Sobre Curitiba, basta agendarmos. Beijos!
Silvia daria para fazer um dicionário todo poético educativo dos seus termos.
Gotaria de saber o que é preciso para agendarmos, se tem um e-mail para conversarmos sobre isso.Seria uma grande honra receber você aqui.
Beijos!
Oi Silvia
É um Blog que fiz para a Mariana Dib da qual sou mega fã (rss).
Indiretamente acaba sendo sobre atividade física, afinal todos os vídeos são aulas. Não sou profundo conhecedor da área e não me arrisco a postar algo que desconheço, sou adepto e praticante de atividades físicas.
Desculpe pela demora… Ando bem atarefado, ainda bem!
Abs, valeu.
Oi mks.. beijo grande então e sucesso! Silvia
Olá Silvia!
Parabéns pelos seus artigos! São sempre muito bons!!!!!!Seu post ” Do narizinho ao acrômio.”…. foi muito bem colocado. Um abraço. Alice Rocha Soares
Oi Alice, grata pelo comentário. Fico feliz que você tenha gostado. Abraço!
Pilates é o máximo mesmo, aqui na Alemanha os instrutores usam termos bem interessantes tbm, mas sou fã da Silvia e vo tentar traduzir pra ver como fica em alemão os termos q ela usa ai, depois conto pra vcs como ficou. Abs a tdos