Relações ósseas: estratégia preciosa no caminho do movimento eficiente.

Dando continuidade a ideia do post anterior sobre a posição inicial, volto a falar aqui sobre a importância da percepção do corpo na sua estrutura mais profunda, o esqueleto.

De maneira geral, quando falamos em gesto, falamos sobre movimentos ósseos – dobrar, esticar, flexionar, estender, aproximar, afastar, etc

Tenho percebido durante as aulas que as dicas que remetem a relações ósseas são muito efetivas, em geral garantindo um sucesso maior na execução do aluno do que as que sugerem contrações musculares, afinal o que parece mais fácil contrair o bíceps ou levar a ponta do dedo ao nariz?

A ideia é chamar atenção às relações ósseas tanto no que se refere às descargas de peso quanto ao posicionamento de um osso em relação ao outro. Num exercício de estabilização em decúbito dorsal, por exemplo, queremos manter a coluna neutra e estável diante de uma alavanca de MMSS ou MMII. Quando o desafio é de MMII, a medida que o quadril estende, seja com a perna no ar ou no solo, a tendência é que este peso leve a cintura pélvica a uma anterversão e, consequentemente a lombar a aumentar sua lordose.

Nesse momento o que irá acontecer em termos de relações ósseas?

O apoio do sacro no solo vai se direcionar mais para o cóccix (descarga de peso) e as EIAS vão se afastar mais das costelas inferiores (relações ósseas) .

Nesse momento qual costuma ser a indicação principal dos instrutores? “A medida que a perna se afasta, expire, eleve o assoalho pélvico, ative a musculatura abdominal, contraia o abdome, etc” . Está correto? Sem dúvidas!

A pergunta é, para que incentivamos essa ativação muscular abdominais? Para que suas inserções nas costelas e pelve mantenham estável esta relação óssea garantindo também que a coluna permaneça neutra e estável. Ou seja indicamos uma contração muscular mas o objetivo é a estabilidade de uma relação óssea e do esqueleto.

Qual é a sugestão então? Introduzir também as dicas que se remetem diretamente a essas relações, seja entre ossos, seja ossos/descargas de peso.

Como? Nesse mesmo caso da estabilização, no momento que a perna se afasta do centro diríamos também: “enquanto a perna se afasta do centro mantenha a relação entre suas costelas e sua pelve podendo inclusive colocar as mãos nestes pontos para dar feedback táctil (http://pilatespaco.blogspot.com.br/2010/03/alem-da-utilizacao-do-auto-toque-para.html ), observe o ponto de apoio do seu sacro no solo e procure mantê-lo.”

Numa dissociação de MMSS: “enquanto os braços se afastam do centro, expire mantendo suas costelas e suas escápulas firmes no solo (pode-se utilizar um paninho como feedback: http://pilatespaco.blogspot.com.br/2007/11/paninhos.html )”.

Numa outra situação com uma animação para que vocês visualizem melhor: numa leg series no Spine corrector, peça ao aluno, depois que seu posicionamento estiver bem claro e correto – coluna lombar neutra, torácica em suave flexão com descarga de peso entre as escápulas, pescoço longo e relaxado, olhar no teto – para focar sua atenção no ponto de apoio que será mais desafiado, sua descarga de peso do sacro no barril.

A ideia é que ele sinta a pelve e, consequentemente, assim estará o acetábulo, firme, pesado no barril, para permitir que as pernas movimentem-se livremente sem sobrecarregar outras estruturas, garantindo uma excelente lubrificação desta articulação e um movimento que possa ir nos limites de seu alongamento mantendo a segurança e qualidade do movimento.

Experimentem e me contem o que acharam dos resultados!

Uploaded with ImageShack.us

8 comentários em “Relações ósseas: estratégia preciosa no caminho do movimento eficiente.”

  1. O spine realmente é um ótimo acessório para se conseguir a estabilização e a descarga ideal para se trabalhar esse movimento com essa amplitude. E trabalhar essas mobilizações ósseas (articulares) são funcionais!!! Pensar em ossos, é fundamental nesse momento. Para ilustrar as mobilizações e estabilizações nessa região, tenho usado com meus alunos a figura da calcinha ou sunga. É exatamente o formato da bacia, então digo: “imagine o osso da coxa, mexendo dentro da calcinha ou sunga” como uma colher de pau… muitas viagens. Aprendi com alguém sabe… rs e utilizo as faixas para tentar deixar a coxa mais relaxada. Acho que quando ajudamos o aluno a entender esses “caminhos” dos ossos, os resultados sem duvidas são mais eficientes! bjs

  2. Oi Minha flor, tem um estúdio de Pilates bacana abrindo em Ipanema e o dono veio fazer meu curso este finde. Falei super bem de você e ele pediu muuuito seu contato. Interessa? Obrigada pela participação de sempore. Adorei a idéia das pernas movendo dentro da sunga ou calcinha… beeeem carioca!! beijos, saudades!

  3. We know about Pilates that it’s a mind-body exercise that may help you become more aware of how your system moves and will refresh you physically and mentally to alleviate stress. Being a total body workout, Pilates can correct over-trained muscles preventing injury while helping an individual develop improved core strength and increased range of flexibility and flexibility.

  4. Busco sempre informacoes interessantes e troca de experiencias, gosto das informacoes postadas aqui… Engracado como criamos a cada aula um linguajar proprio.. No caso comentado nesse topico, uso a figura de pernas de boneca, movimentando e mantendo o tronco estavel rss… Grata..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima