Para quem conhece o trabalho da Polestar – Physio Pilates, sabe que um dos mantras do trabalho desta escola criada por Brent Anderson é “oferecer experiências positivas de movimento”.
Utilizo muito esse mote e ainda gosto de me apropriar de parte dele para desenvolver o trabalho que ofereço para todos os meus alunos, mais especialmente para as Gestantes, de “oferecer experiências positivas de movimento com a pelve”.
A pelve é uma estrutura firme e volumosa de ossos que faz a conexão entre as pernas, através das articulações coxo femorais, ou quadris, e a coluna, que ali está plantada através de sua grande raiz, o sacro.
Sempre que nos sentamos ou deitamos em cadeiras, sofás, bolas, na cama ou no chão, iremos nos apoiar sobre alguma parte desta estrutura, ou seja, teremos um ponto de descarga de peso na região. Como estamos sujeitos à gravidade, é sempre a partir dos pontos aonde nos apoiamos que iremos poder crescer em oposição à gravidade.
Além da estrutura óssea a pelve abriga parte ou por completo nossos sistemas reprodutivo, urinário e digestivo através de órgãos, canais, esfíncteres. A pelve é parte ativa do CORE sendo forrada por capas musculares e tecidos de conexão sendo esses tecidos uma continuidade dos tecidos abdominais e dorsais.
Ou seja: é uma região complexa, fundamental, central, importantíssima do corpo.
Então devemos encontrar por aí muitos exercícios, dinâmicas, muita clareza em relação à região? NÃO!
A região é bastante carregada de tabus, medos, repressões, justamente por carregar em si parte importante de nossa sexualidade, nossas idas ao banheiro, nossa partes íntimas que devem permanecer cobertas…
Geralmente nossa relação com a pelve é feita a portas fechadas – e trancadas. E quando falamos em assoalho pélvico geralmente utilizamos apenas a idéia de fortalecer.
A idéia que desenvolvo então, voltando ao início do texto, é a de oferecer experiências de movimento positivas com a pelve focadas apenas, realmente, no movimento. Ou ainda, chamar a atenção para o que se passa na pelve, considerando que ela está sempre presente nos movimentos: sair de uma descarga de peso nos ísquios e ir para o trocânter, achar o ponto de equilíbrio no sacro, sentir o pulsar da musculatura nas flexões e extensões do quadril – perceber como a pelve se comporta diante destes movimentos.
E ainda: sempre devemos dar exercícios de contração? É assim que agimos quando alguém chega com os ombros tensos, encurtados e fracos?
Como fazer para alongar? Quais opções temos para despertar a consciência da região de forma mais leve, colocando o foco de atenção nas sensações e movimentos de forma a poder vivenciar essa importante região de forma que nos leve a uma postura mais organizada e, ao mesmo tempo, relaxada?
Sugiro a todos os instrutores de Pilates que procurem pensar sobre essas idéias e desenvolver suas dicas verbais e imagens para que os alunos possam vivenciar movimentos positivos com a pelve para além do rotineiro. Vamos tirar a pelve do armário!