Flexões laterais: uma sequência pedagógica.

Uma das principais características – e desafios – do ambiente de Pilates são os exercícios que propõe mobilizar a coluna vertebral.
Vamos considerar que falamos de uma estrutura composta por 33 vértebras sendo que, em geral, 24 delas se articulam e que a sua grande mobilidade global é a soma da capacidade móvel de cada uma dessas pequenas articulações.

De uma maneira geral o que vemos quando um aluno iniciante chega e propomos os primeiros movimentos de coluna, é a tendência dele em “dobrar-se” sobre as curvas existentes passando por cima das outras. Nas extensões e flexões laterais debruçam-se sobre as lordoses (lombar e cervical) e, nas flexões, sobre a cifose torácica, acentuando-as e aumentando a sobrecarga sobre elas.

Desta forma a intenção do instrutor deverá ser estimular o aluno a despertar e mobilizar regiões rígidas enquanto estabiliza as hipermóveis. Desta forma conseguirá que o aluno distribua as cargas por todo os segmentos da coluna promovendo movimento equilibrado e rearranjo postural.

Para tanto é importante que o instrutor tenha opções para estimular a propriocepção local de maneira gradual antes de exigir um esforço maior em um local que está “adormecido”

“São os proprioceptores as estruturas que captam informações a respeito do estado em que se encontra o segmento corporal em relação ao segmento adjacente. Eles percebem e enviam a informação para o Sistema Nervoso Central que, como resposta motora, permitem a melhor relação entre os segmentos corporais, isto é, aquela relação que levará ao estado de equilíbrio interno, a homeostase. É a informação proprioceptiva que protege as estruturas corporais contra injúrias, progressivas deformidades e desordens estruturais, além de permitir um ambiente mais favorável para a atividade dos órgãos vitais.”**

Vejamos algumas sugestões para despertar e estimular a mobilidade da região torácica nas flexões laterais (no plano frontal).

(1) Em situação de descarga (deitado em DD), colocar um disco de propriocepção (aquele que gira sobre ele mesmo) sobre a torácica (ápice da cifose). Mantendo as mãos sob a cabeça que apenas é retirada do solo, mover o tronco como se uma maçaneta girasse em seu esterno. O professor poderá dar esse toque táctil colocando a mão sobre o esterno do aluno realizando o movimento de abrir uma maçaneta. Estimule o aluno a realizar diferentes amplitudes de movimento percebendo a mobilidade das costelas que se abrem de um lado e do outro acompanhando o movimento das vértebras. É um trabalho suave e sutil estimulando os proprioceptores locais.


(2) Um segundo passo poderá ser um movimento em posição sentada deixando a gravidade atuar como assistência mas sempre com uma intenção de passar por cima, espreguiçar o lado côncavo ara que o movimento direcione-se à torácica inicialmente.

(3) Num terceiro momento podemos passar para o decúbito lateral utilizando, por exemplo o bolão. Podemos partir de uma flexão negativa com tronco relaxado lateralmente sobre a bola também promovendo um estímulo proprioceptivo. A partir daí com a gravidade como reistência flexonar o tronco até a posição neutra. Verifique bem a posição da torácica que deverá estar flexionada para que possa vir para a neutra.

(4) Numa situação mais evoluída podemos passar para um a flexão completa saindo da negativa e indo a té a flexão do outro lado do tronco trabalhando desde músculos profundos (locais) até músculos maiores (globais).

É isso aí! Experimentem e me contem, beijos.

**http://www.herniadedisco.com.br/artigos-cientificos/artigo-a-relacao-entre-a-informacao-proprioceptiva-e-a-manutencao-da-postura

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